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Virada no jogo
Publicado por Tribunal de Justiça de São Paulo
há 8 anos
Projeto SEMEAR, implantado no CR de Limeira, proporciona novas oportunidades para recuperação de sentenciados
Bola pra fora. Caído no chão, o jogador, decepcionado pelo gol perdido, levanta-se, decidido a tentar novamente. Para ele, a relação entre o que acontece no jogo e o que vivencia no seu dia a dia não é casual. A vida o derrubou e ele precisa levantar de novo. Não só ele, mas todos os jogadores da partida e os que estão em volta da quadra.
O local onde se dá a peleja esclarece a metáfora: trata-se de jogo do campeonato de futsal dos sentenciados do Centro de Ressocialização (CR) de Limeira. Nessa unidade, além do campeonato, estão em andamento várias atividades implantadas pelo Projeto SEMEAR – Sistema Estadual de Métodos para Execução Penal e Adaptação Social do Recuperando e, por essa razão, as chances de os jogadores/sentenciados virarem o jogo da vida e marcarem um gol, são grandes. O projeto da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo envolve a sociedade civil na busca de soluções para maior efetividade na recuperação social do preso e sua família. Participam dele o Instituto Ação pela Paz, as Secretarias de Administração Penitênciária (SAP) e de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo. Em Limeira, também recebe apoio da Prefeitura, do Conselho Municipal, do Centro de Promoção Social e da iniciativa privada.
No CR de Limeira, empresas privadas oferecem trabalho aos reeducandos. Atualmente, os presos atuam em montagem de brinquedos, esteiras de limpeza industriais e móveis em ratam. O trabalho dá oportunidade à remição de pena e recebimento de honorários. A Secretaria Estadual da Educação ministra cursos regulares à noite. Foi implantada na unidade ginástica laboral e haverá torneio de xadrez. Há também atendimento médico e odontológico, fornecido pela Prefeitura de Limeira. “A alma do projeto SEMEAR é a participação voluntária da sociedade”, afirma Solange Senese, diretora executiva do Instituto Ação pela Paz.
O Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom), oferece alimentos para a unidade e vagas de cursos de capacitação profissional para apenados do semiaberto. Em breve, será implementado curso de barbeiro. Outra atividade será a ‘Busca Ativa’, que consistirá em tentativas de contato com as famílias dos sentenciados, visando reestabelecer o convívio com os internos e incluí-las em políticas públicas de transferência de renda.
Outro projeto importante, implantado ali pelo SEMEAR, é o ‘Semeando Sonhos, Colhendo Realidade’. Seu objetivo é preparar emocionalmente os presos para que consigam resistir, quando soltos, aos maus caminhos que eventualmente lhes sejam novamente oferecidos. Claudia Cardenete, do Instituto Ação pela Paz, explica que o projeto consiste em 20 oficinas, divididas em 8 módulos. À frente estão o psicólogo Maurício Cardenete e o escritor Luiz Alberto Mendes, ex-apenado, autor do livro “Memórias de um Sobrevivente”.
Para o campeonato de futsal, decidiu-se, com auxílio dos apenados, elaborar projeto ligado à atividade física, levando em conta a população local, formada, em sua maioria, por jovens. Para Senese, o campeonato não funciona apenas como recreação, mas também como ferramenta para elevar a autoestima e aperfeiçoar o convívio coletivo. “A atitude natural da sociedade é desistir dessas pessoas que aqui estão e que erraram na vida. A ideia do projeto é não desistir, mas sim investir neles. Quando um jovem vai preso toda a sociedade perde, pois o maior patrimônio do País é a sua juventude”, disse.
O juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Limeira e auxiliar do Departamento Estadual de Execução Criminal (Deecrim), Luiz Augusto Barrichello Neto, afirmou que, com apoio dos parceiros do SEMEAR, foi possível obter voluntários na comunidade local para auxiliar nas atividades. “O CR de Limeira é uma unidade modelo. Ainda estamos no início, mas já estou bem satisfeito. Quando recebo familiares de sentenciados no fórum, eles agradecem o tratamento que seus parentes estão recebendo na unidade.”
No dia 13/11, a TV Cultura esteve na unidade e gravou matéria jornalística para o programa “Ordem do Dia”, que deverá ir ao ar em 27/11 (23h30) e 28/11 (8h30). Serão abordadas atividades que o projeto SEMEAR implantou ali e também o trabalho prisional. Rodrigo Piscitelli, repórter do programa, entrevistou um apenado que trabalha na oficina de montagem de móveis. “Tenho orgulho de fazer coisas que serão admiradas pelas pessoas lá fora. Aqui, ocupo minha cabeça no trabalho e também penso muito em minha família. Quero sair daqui de cabeça erguida, após pagar minha dívida com a sociedade, e começar vida nova”, afirmou o sentenciado, que cumpre pena há sete anos e meio.
Comunicação Social TJSP – DI (texto) / DG (fotos)
imprensatj@tjsp.jus.br
Bola pra fora. Caído no chão, o jogador, decepcionado pelo gol perdido, levanta-se, decidido a tentar novamente. Para ele, a relação entre o que acontece no jogo e o que vivencia no seu dia a dia não é casual. A vida o derrubou e ele precisa levantar de novo. Não só ele, mas todos os jogadores da partida e os que estão em volta da quadra.
O local onde se dá a peleja esclarece a metáfora: trata-se de jogo do campeonato de futsal dos sentenciados do Centro de Ressocialização (CR) de Limeira. Nessa unidade, além do campeonato, estão em andamento várias atividades implantadas pelo Projeto SEMEAR – Sistema Estadual de Métodos para Execução Penal e Adaptação Social do Recuperando e, por essa razão, as chances de os jogadores/sentenciados virarem o jogo da vida e marcarem um gol, são grandes. O projeto da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo envolve a sociedade civil na busca de soluções para maior efetividade na recuperação social do preso e sua família. Participam dele o Instituto Ação pela Paz, as Secretarias de Administração Penitênciária (SAP) e de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo. Em Limeira, também recebe apoio da Prefeitura, do Conselho Municipal, do Centro de Promoção Social e da iniciativa privada.
No CR de Limeira, empresas privadas oferecem trabalho aos reeducandos. Atualmente, os presos atuam em montagem de brinquedos, esteiras de limpeza industriais e móveis em ratam. O trabalho dá oportunidade à remição de pena e recebimento de honorários. A Secretaria Estadual da Educação ministra cursos regulares à noite. Foi implantada na unidade ginástica laboral e haverá torneio de xadrez. Há também atendimento médico e odontológico, fornecido pela Prefeitura de Limeira. “A alma do projeto SEMEAR é a participação voluntária da sociedade”, afirma Solange Senese, diretora executiva do Instituto Ação pela Paz.
O Centro de Promoção Social Municipal (Ceprosom), oferece alimentos para a unidade e vagas de cursos de capacitação profissional para apenados do semiaberto. Em breve, será implementado curso de barbeiro. Outra atividade será a ‘Busca Ativa’, que consistirá em tentativas de contato com as famílias dos sentenciados, visando reestabelecer o convívio com os internos e incluí-las em políticas públicas de transferência de renda.
Outro projeto importante, implantado ali pelo SEMEAR, é o ‘Semeando Sonhos, Colhendo Realidade’. Seu objetivo é preparar emocionalmente os presos para que consigam resistir, quando soltos, aos maus caminhos que eventualmente lhes sejam novamente oferecidos. Claudia Cardenete, do Instituto Ação pela Paz, explica que o projeto consiste em 20 oficinas, divididas em 8 módulos. À frente estão o psicólogo Maurício Cardenete e o escritor Luiz Alberto Mendes, ex-apenado, autor do livro “Memórias de um Sobrevivente”.
Para o campeonato de futsal, decidiu-se, com auxílio dos apenados, elaborar projeto ligado à atividade física, levando em conta a população local, formada, em sua maioria, por jovens. Para Senese, o campeonato não funciona apenas como recreação, mas também como ferramenta para elevar a autoestima e aperfeiçoar o convívio coletivo. “A atitude natural da sociedade é desistir dessas pessoas que aqui estão e que erraram na vida. A ideia do projeto é não desistir, mas sim investir neles. Quando um jovem vai preso toda a sociedade perde, pois o maior patrimônio do País é a sua juventude”, disse.
O juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Limeira e auxiliar do Departamento Estadual de Execução Criminal (Deecrim), Luiz Augusto Barrichello Neto, afirmou que, com apoio dos parceiros do SEMEAR, foi possível obter voluntários na comunidade local para auxiliar nas atividades. “O CR de Limeira é uma unidade modelo. Ainda estamos no início, mas já estou bem satisfeito. Quando recebo familiares de sentenciados no fórum, eles agradecem o tratamento que seus parentes estão recebendo na unidade.”
No dia 13/11, a TV Cultura esteve na unidade e gravou matéria jornalística para o programa “Ordem do Dia”, que deverá ir ao ar em 27/11 (23h30) e 28/11 (8h30). Serão abordadas atividades que o projeto SEMEAR implantou ali e também o trabalho prisional. Rodrigo Piscitelli, repórter do programa, entrevistou um apenado que trabalha na oficina de montagem de móveis. “Tenho orgulho de fazer coisas que serão admiradas pelas pessoas lá fora. Aqui, ocupo minha cabeça no trabalho e também penso muito em minha família. Quero sair daqui de cabeça erguida, após pagar minha dívida com a sociedade, e começar vida nova”, afirmou o sentenciado, que cumpre pena há sete anos e meio.
Comunicação Social TJSP – DI (texto) / DG (fotos)
imprensatj@tjsp.jus.br
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